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As armadilhas do tempo
As armadilhas do tempo

Abraham Shapiro

Os romanos tinham uma divindade com duas faces fundidas em opostos cujo nome era Janus. Foi em homenagem a ela que chamaram de “Janeiro” ao primeiro mês de seu calendário, já que é imediato ao ano que se findou e inicia uma nova contagem.

A lição de Janus é a seguinte: se quisermos lidar bem com a vida, é preciso desenvolver a capacidade de olhar para duas direções simultaneamente: o passado e o futuro. 

Na prática, olhar para o futuro é um alerta, é buscar preparar-se para as surpresas positivas e negativas que virão. Não se trata de sonhar com finais felizes, mas desenvolver uma percepção tal que permita antever possíveis adversidades que certamente surgem ao longo de toda jornada.

E quanto ao passado? Não olhar com ressentimento ou rancor contra os erros e fatos desagradáveis que consumiram energia boa e produziu envelhecimento sem sucesso. O passado deve significar a fonte de aprendizado que se adquire com coragem e esperança de viver e decidir melhor.

Com esta abordagem, futuro e passado nos habilitam a viver o presente de modo mais simples e sem suposições erradas, pois o tempo foi criado para ser cem por cento aproveitado. Mas isto só é possível com consciência plena do presente. Entregar-se aos sonhos e ilusões de um futuro utópico ou viver a vida como parte de um museu são as duas opções mais tolas e infrutíferas que um indivíduo pode escolher para si. 

Aprender, aprender com tudo e aprender com todos só é possível quando nos aliamos ao tempo e o tornamos vivo pelos nossos atos, e não morto pelo ócio e pelo desejo de diversão fácil e ininterrupta.