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Clones não
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ABRAHAM SHAPIRO

Recentemente, fui desafiado pela direção de uma empresa a orientar seu RH a contratar apenas candidatos que acreditam nos valores da organização. 

O argumento veio de uma preocupação genuína. A pessoa que levantou essa questão havia feito parte de um ambiente em que a maioria dos contratados era amiga daqueles que contratavam. Eles estudaram juntos, praticavam os mesmos esportes, torciam para os  mesmos times de futebol etc. Era o clássico sistema de contratação dos 'bons e velhos companheiros”.

Na minha visão, nunca se deve contratar gente igual a nós ou que compartilhe os mesmos interesses pessoais. O objetivo é contratar pessoas motivadas pela mesma causa, pela mesma finalidade altruísta que impulsiona a nossa organização, ou seja, o nosso porquê, o nosso propósito.

Olhe. Eu já atuei em várias empresas que se diziam movidas  por um propósito. Em muitas delas,  no entanto, isso não passava de papo furado ou de palavras pregadas nas paredes do escritório. Uma rede varejista de cidade do interior pregava o objetivo de valorizar as pessoas. Mas seu diretor ofendia seus pais e irmãos diante de funcionários, além de demitir colaboradores com excelentes resultados por pura inveja e ciúme.

O importante é saber que existem companhias que perseguem uma boa filosofia na teoria e na prática. Para essas é crucial adotar critérios claros de contratação afinados a seus valores. 

Não há nada de errado em compartilhar semelhanças. Mas quando nos cercamos daqueles que acreditam no que nós acreditamos, isso está bem acima de interesses pessoais. É sobre o mundo que imaginamos e ao qual contribuímos para que seja melhor, sabendo que isto só é possível quando nos juntamos a outros que buscam o mesmo.