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Consultoria e Restaurante Chinês
Consultoria e Restaurante Chinês

ABRAHAM SHAPIRO

Nunca o mercado viu tantos consultores, coaches, mentores, conselheiros e outros títulos de prestadores de serviços para empresas e executivos como agora. Entre os bons e qualificados, encontra-se uma constelação de ‘marinheiros de primeira viagem’  que, após o fracasso ou frustração em suas carreiras, imaginam encontrar a salvação de seu sustento nessas áreas.

O que fazem? Leem alguns livros básicos e fazem um cursinho entre tantos que são oferecidos em qualquer canto do País – agora online. Aí conseguem um certificado e se julgam suficientes para oferecer orientações, consultas e soluções a questões e problemas de toda sorte. 

Consultoria –  e todos os demais nomes que inventam a cada dia como camuflagem de tudo o que se faz pelo mesmo modus operandi – é muito mais do que apenas saber recitar frases que se encontram em biscoitos da sorte, num restaurante chinês. E piores do que estes falsos profissionais são as pessoas que, vazias de propósito de vida e ineptas em seus trabalhos, os acolhem e os aplaudem sem qualquer critério de seleção.

Um dos livros mais famosos e respeitados do segmento, intitulado ‘O Coaching Eficaz’, do norte-americano  Myles Downey, traz um comentário que merece ser compartilhado com você. 

“Algumas pessoas se autodenominam coaches em negócios por simples autodeclaração. É tão simples quanto imprimir um cartão de visita e um folheto de propaganda. Então alguns desses coaches vão se juntar e decidir que são eles os responsáveis pela definição daquilo que É e NÃO É coaching. Logo depois, eles procurarão aumentar sua autoridade assumindo o direito de atestar – isto é,  decidir os critérios pelos quais alguém pode ou não se chamar legitimamente de coach. Há algo um tanto desconfortável neste processo.” 

E a pergunta com que o autor finaliza sua exposição é a mesma que deixo para a sua reflexão: “Afinal de contas, quem irá certificar os certificadores?”