Empresas também têm falha de caráter
Abraham Shapiro
Alguém disse que as nossas ações viram hábitos, os hábitos se tornam caráter e o caráter se transforma no nosso destino. As pessoas se acostumam com o bem e com o mal, como também com o mau cheiro de um ambiente em poucos minutos.
A maldade que a princípio o fulano rejeitava, torna-se normal para ele depois de praticá-la várias vezes. Ontem ele ainda tinha o poder de evitá-la. Mas agora já enraizou.
Com empresas é igualmente assim. Maus hábitos levam um negócio a evaporar’ como o éter e explicam a perda de mercado mesmo em tempos de gigantes oportunidades de crescimento.
Durante a crise de 2009, os negócios de uma média empresa passavam por apertos. Foi quando realizaram um investimento importante na implantação de uma central de pesquisa de satisfação de seus clientes.
O redirecionamento técnico e comercial que conseguiram através dessa pesquisa provocou evolução na qualidade do produto e na estratégia de comunicação. Os resultados foram imediatos e esplêndidos.
Assim que os negócios melhoraram e o caixa se fortaleceu, a pesquisa não teve continuidade e passou a segundo plano. Atrasos, perda na qualidade dos produtos e a crescente detração boca a boca de clientes no mercado não importavam mais. Todos ali só olhavam só para o dinheiro que a alta demanda trazia.
Questionado a respeito, o diretor declarou: “Não nos preocupa a satisfação de cliente. O mercado compra de tudo. É só produzir”.
Vícios e maus hábitos causam perda de sensibilidade e levam pessoas e organizações a se autodestruírem e caminhar para a falência, mesmo em meio a sinais de prosperidade.
Quer saber por quê? É falha no caráter daqueles que decidem.