O bem e o mal do Feedback
Abraham Shapiro
Quando você ignora uma criança, ela chama a sua atenção de leve. Se não der resultado, então ela fará barulho, chorar ou gritar.
Com adultos é exatamente igual.
Um prisioneiro confinado numa prisão solitária é capaz de qualquer coisa para sair dali, incluindo melhorar seu comportamento por um tempo, só para evitar a situação em que recebe pouco ou nenhum feedback de outros à sua volta.
Na administração de pessoas, feedback é o procedimento que provê uma pessoa de informações sobre seu desempenho com o objetivo de reforçar, reorientar ou estimular comportamentos futuros mais adequados.
Dar feedback não é gentileza. É necessidade.
Qualquer feedback, mesmo negativo, é melhor do que nenhum.
Mas muitos chefes adotam o procedimento de não dar feedback nenhum aos funcionários nunca, o que é péssimo.
Pense naquela tradicional cena do marido nervoso pelo atraso da mulher se arrumando para uma festa. Ela aparece e lhe pergunta:
- E então? Este casaco fica bem em mim?
- Está ótimo. – ele diz, tentando acelerar a conversa.
Aí ela conclui:
- Eu sabia! Fiquei péssima. Não tenho nada melhor para vestir!
De episódios como este se aprende que palavras ditas apenas para se dar jeitinho na situação não são feedbacks.
A verdade é que gestores despreparados nessa técnica acabarão tendo dificuldades em conseguir que seus funcionários produzam resultados. Se você se inclui neste conjunto de gerentes, pare de achar que a má comunicação e a baixa autoconfiança do seu pessoal são obras do acaso. Agora você já conhece a verdadeira razão.