O CASO DO PAÇOCA
Abraham Shapiro
Vocês não conhecem o Paçoca. Eu o conheci esta semana. E desde o primeiro momento, tornei-me seu admirador.
O Paçoca é vendedor de insumos agrícolas para uma empresa que oferece uma premiação aos produtores rurais que, ao comprar seus produtos, registrarem o número da Nota Fiscal em seu website. Quando atingem determinado montante, ganham tevês, aparelhos celulares etc.
Acontece que, em geral, o consumidor anda descrente de promoções. Assim, muitos dos produtores rurais a quem o Paçoca vendia não estavam dispostos a desempenhar a função de registrar suas notas.
Frente a este cenário de potencial fracasso, o Paçoca decidiu que, nos dias de chuva, quando não podia visitar clientes, ele faria o trabalho. Ou seja, ele mesmo realizou o cadastramento das Notas Fiscais em nome dos clientes sem que eles soubessem. E quando o limite de pontuação era atingido, o Paçoca pedia que conferissem no site o que lhes era de direito.
Não preciso dizer que os clientes vibravam e tornaram-se mais que fiéis depois disso.
Note que das várias alternativas – entre elas a de não fazer nada, já que o interesse devia ser dos clientes – o Paçoca escolheu a mais trabalhosa e que talvez jamais fosse sua obrigação. Mas foi isso que o fez exceder seus limites e tornar-se extraordinário.
A empresa o premiou porque ele bateu suas metas de venda e conseguiu fidelizar clientes maravilhosamente, fazendo apenas um pouco mais do que sua função exigia. Realmente: “para todo esforço, existe uma recompensa”.