O comprador arrogante
Abraham Shapiro
Um jovem vendedor chega à sala do gerente de compras de uma grande rede de supermercados e, após identificar-se, dá a ele seu cartão de visitas, como manda a praxe comercial.
O comprador, sujeito mal-educado e grosseiro, antecipa de súbito que não irá comprar produto algum daquela marca e, numa demonstração de tirania, pega o cartão do moço, rasga e joga no lixo.
Indignado, o rapaz não retém seu protesto:
- “O senhor me desculpe” – diz ele – “mas não posso admitir que me trate desta forma.; muito menos que se desfaça do meu cartão, que custou dinheiro à empresa a que presto serviços”.
Arrogante em sua postura, o comprador tira uma nota de dez reais de sua carteira e dá ao vendedor, dizendo que não seria por tão pouco que voltaria atrás em sua decisão.
O jovem então guarda a nota de dez reais e em seguida, resoluto, mete a mão na lateral de sua pasta, tira um punhado de cartões, conta nove deles e os entrega ao comprador dizendo:
- “Aqui está o seu troco”.
Vira as costas e vai-se embora!
Por mais infeliz que seja o cenário que acabo de expor, vendedores de grandes e pequenas empresas vivem situações muito parecidas nas mãos de compradores que elegem a crueldade como forma padrão de impor respeito.
As duas características que qualquer gestor precisa evitar a fim de ser e parecer profissional são: ‘ser bonzinho’ e ‘ser durão’. Ele deve, sim, buscar ser justo.
Um indivíduo justo é aquele que respeita os demais e lhes concede dignidade no tratamento.
Você, que me lê agora, pode praticar estes atributos até que se tornem a sua identidade. Isto fará de você um ótimo candidato a líder – título por que pessoas pagam verdadeiras fortunas em cursos para conquistar, quando depende somente de atitudes que não têm preço, mas cujo valor é gigantesco.
