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O grande segredo da INOVAÇÃO
O grande segredo da INOVAÇÃO

ABRAHAM SHAPIRO

Em 1975, um jovem diretor de cinema sem muito crédito fez um filme de terror. Steven Spielberg queria que seu filme fosse repleto dos ataques violentos e sangrentos de um tubarão. 

Ele queria mostrar como esse animal enorme e matador atacaria inocentes presas. Mas havia um problema. Os tubarões mecânicos que deviam desempenhar o papel principal não funcionavam como o esperado. 

Frustrada, a equipe encontrou outra saída. Deixaram a maior parte da violência por conta da imaginação. Os espectadores viam uma barbatana, então alguém desaparecia no mar e a água ficava vermelha. Em outras cenas nem se via a barbatana do bicho, mas um barril amarelo boiando na água.  Então sabíamos que o tubarão estava no fundo, rebocando a corda presa ao barril em direção à próxima vítima. 

O efeito foi tão assustador e poderoso que influenciou toda a sociedade.

Embora as pessoas estivessem conscientes de tubarões antes do filme, pouco pensavam neles quando iam à praia. Depois do filme, no entanto, o temor geral sobre tubarões alcançou o nível da histeria. E permanece até hoje. 

O engraçado é que a cada ano morrem mais pessoas por ataques de cães do que por tubarões, desde quando a contar esses acidentes.

Spielberg inovou. E sabe por quê? Porque não conseguiu o que pretendia. O defeito dos tubarões-robôs o forçou a encontrar uma solução.

Existe uma falsa crença de que inovação só acontece com muito dinheiro e recursos. É mentira. O oposto é verdade. Depois que algo dá errado é que somos realmente capazes de repensar e buscar uma resposta que atenda a expectativa. 

É por isso que grandes empresas raramente produzem inovações importantes. Elas têm muito dinheiro e recursos.  As pequenas é que criam grandes ideias. 

Quando a situação complicou para Spielberg ele usou as técnicas de suspense de Alfred Hitchcock:  músicas sinistras, detalhes assustadores e visão de consequências. Ele sabia que suspense é algo que acontece na imaginação, e não necessariamente na visão. 

Inovação não nasce de um sonho. Quase sempre nasce de uma luta ou  de uma grande necessidade. 

Em sua essência, inovar não se trata de construir o futuro, mas de resolver o presente. E as melhores inovações, assim como o tubarão de Spielberg, geralmente são algo que nem sabemos que existe.