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O paradoxo do tempo
O paradoxo do tempo

Abraham Shapiro

Dizem que tempo é dinheiro. Será? Bem, tudo o que faz parte da vida atual foi feito em nome da economia de tempo.

Dinheiro e tempo têm muito em comum. Um e outro podem ser contados ou medidos e podemos decidir como usá-los. 

Eu posso economizar dinheiro... mas para onde vai o tempo que eu economizo? Tempo não se acumula. Apenas flui. 

Quando o presidente americano Abraham Lincoln morreu assassinado em 1865, a informação demorou 13 dias para chegar à Europa. Hoje, a notícia seria tão veloz quanto a bala que matou Lincoln.

Em 1890, um operário comum nos países desenvolvidos dedicava, em média, 150 mil horas de sua vida ao trabalho. Hoje, apesar de vivermos muito mais, esse tempo não chega a 65 mil horas.

Parece que temos mais tempo livre para a família, amigos e diversão. Mas será?

Na prática, a ansiedade é cada vez maior... e estamos sempre com a sensação de estar perdendo algo. 

A pressa nos castiga e a coceira das coisas mal resolvidas parte a nossa atenção em mil pedaços. Quanto mais economizamos tempo, mais carecemos dele. Parece que corremos mais depressa para lugar nenhum.

Então... como usar o tempo? 

Um músico empata os anos de sua infância e juventude para alcançar a grandiosa habilidade de dominar seu instrumento. É uma vida. 

Talvez uma boa escolha sobre o uso do tempo seja a construção de uma habilidade, desde que o trabalho seja lento e contínuo e focado, como o de um artesão e não como na produção em série. 

No entanto, o maior paradoxo do tempo está no fato de que os momentos mais felizes da nossa vida são precisamente aqueles em que perdemos a noção da hora.