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O PATÉTICO PARADOXO DA RIQUEZA
O PATÉTICO PARADOXO DA RIQUEZA

Abraham Shapiro

“Tenho muito!”

“Tenho tudo!”

Se estas expressões fossem ditas por duas pessoas ricas, você saberia dizer qual delas é a “verdadeira rica”?

Eu sim.

“Tenho muito” traduz a ideia de que, “mesmo tendo milhões, eu ainda quero mais".

“Tenho tudo” é um segundo modo de dizer “nada me falta”.

O primeiro quer mais, enquanto o segundo sente-se satisfeito com o que tem.

A vida moderna constrói-se sobre o argumento de que é preciso buscar acréscimos, independente do que já se conseguiu ou da necessidade. Este modelo requer cuidados. Não por coincidência os índices de ansiedade, frustração e suicídio, hoje, são os mais elevados em décadas.

Há dois mil anos, um sábio perguntou: “Quem é rico?”. E ele mesmo respondeu: “Quem extrai alegria de sua porção”. Não se trata de conformismo ou comodismo, mas de olhar, ver e levar em conta o que já se tem, com gratidão.

Conseguir mais pelo simples ter é um direito, de fato. Mas há consequências. E quase sempre danosas.

Se com esforço e propósito você luta por buscar mais do que tem, fundado em valores elevados, isso é bom. A sua conquista terá proveito. E caso não o alcance,  calma e serenidade estarão asseguradas. De sobra,  os seus valores e a sua dignidade permanecerão intactos. Ao olhar-se no espelho você não verá a imagem de um derrotado, pois não houve derrota alguma. Não ter atingido o alvo será apenas o sinal de que, para o seu bem, aquela busca não se converteu no que você almejava.

Felicidade, portanto, é olhar o que você já possui e sentir-se grato.

Miserável é o indivíduo sem valores que investe toda sua energia em obsessões enganosas. Por séculos de História ele tem sido a inspiração de tragédias e dramas cujo final é invariavelmente previsível e infeliz!