O SUCESSO DO iPHONE A SEU ALCANCE
Abraham Shapiro
Em 2007, as cinco maiores fabricantes de telefones celulares: Nokia, Samsung, Motorola, Sony Ericsson e LG juntas controlavam 90% dos lucros do setor. Naquele ano, a Apple apresentou o iPhone. Tudo mudou muito desde então.
Em 2015, o iPhone sozinho gerou 92% dos lucros globais do setor de aparelhos de celular. E todas as outras marcas, exceto a Samsung, amargaram prejuízos terríveis.
As duas perguntas óbvias sobre este caso são:
1. O que explica este predomínio do iPhone?
2. O que explica a queda livre de seus concorrentes?
A Nokia e as demais empresas dispunham de vantagens muito significativas, como: produto diferenciado, marca confiável, sistemas de operação de última geração, logística excelente, gordos orçamentos de P&D e escala de produção massiva. E todas elas, sem exceção, pareciam estáveis, lucrativas e bem posicionadas.
O iPhone tinha um design inovador e novas funcionalidades. Mas, em 2007, a Apple era um personagem fraco, que não chegava a ameaçar, rodeada por gorilas de 400 Kg na concorrência. O que ela tinha era uma participação de 4% no mercado de sistemas operacionais para desktops e absolutamente nada em aparelhos celulares.
Mas sabe o que? A Apple venceu a concorrência num outro ringue: na mente das pessoas.
A Apple entendeu o anseio das pessoas em sair do mundo trivial e comunicou isso. Ela disse: “Nós acreditamos em pensar diferente. Nós desafiamos o status quo.”
E é exatamente o que as pessoas mais queriam. E ainda querem.
Simples? Mas difícil. Porque os empresários fazem o que querem. Não estão nem aí para o que os consumidores anseiam. Não sabem, e nem querem saber.