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PRAZER SEM DOR E SEM PROBLEMAS: SERÁ ESTE O CONCEITO DE FELICIDADE?
PRAZER SEM DOR E SEM PROBLEMAS: SERÁ ESTE O CONCEITO DE FELICIDADE?

Abraham Shapiro - para o blog Profissão Atitude 

 

Por que não conseguimos manter um sentimento de alegria depois de finalmente atingirmos alguma meta material? 

Eu conheci uma pessoa que tinha uma profissão curiosa. Mel Fisher era seu nome. Ele foi um dos mais famosos caçadores de tesouros submersos da história e passou quatorze anos de sua vida procurando riquezas no fundo do mar. Encontrou muitas mesmo. Ele contava que depois da alegria que o invadia a cada descoberta, sentia-se deprimido e por isso tinha de sair imediatamente para uma nova caçada. 

As pessoas que atingem o topo do pico mais alto do Planeta sentem uma alegria efusiva ao chegar lá. Fincam a bandeira de seu país, gravam um vídeo com sua vibração incontida e após alguns minutos de contemplação já são obrigadas a descer para não morrerem. 

Por que nos esforçamos para conseguir mais e mais coisas na vida e quando as conseguimos  acabamos por achar que não nos satisfazem o suficiente?


LIVRES DE PROBLEMAS

A Cultura Ocidental parece considerar a felicidade como meta final da vida e define “ser feliz” como estar livre de qualquer dor, aflição ou problema e curtir todos os prazeres que aparecerem pela frente. 

Contudo, a vida humana tem um objetivo, uma missão. Cada ser humano sobre a face da Terra tem uma razão para sua existência e possui ferramentas específicas para desempenhar seu papel.

Se ‘ficar contente’ e ‘curtir prazeres contínuos’ fossem as únicas coisas a se buscar na vida, uma pessoa dotada de inteligência e inúmeras capacidades seria contraprodutiva, já que vacas num pasto ou ratos num celeiro de cereais são, com certeza, mais contentes do que seres humanos sofisticados. É exatamente por isso que procurar sentido em meramente ‘estar contente’ ou ‘curtir todos os prazeres que aparecerem pela frente’ dificilmente beneficia um ser que pensa com inteligência.

Talvez você não saiba que a autoestima está diretamente relacionada com o senso de valor próprio. Para que uma pessoa tenha autoestima e senso de valor, sua vida precisa ter um significado. De fato, significado e valor são atributos inseparáveis porque a palavra ‘estima’ vem do latim e se traduz como  avaliar, medir o valor de algo ou alguém. 

Então qual é a base da autoestima? Ou melhor, quais são os critérios com que nós atribuímos valor às coisas?


AUTOAVALIAÇÃO

Se olharmos à nossa volta para todos os objetos de casa, veremos que, com exceção de alguns que têm valor sentimental, todos os outros nós escolhemos ter por uma de duas razões. A primeira razão é  estética. E a segunda: funcionalidade ou utilidade. 

Você pode ter, por exemplo, um bonito relógio de parede que foi dos seus avós mesmo que seu mecanismo esteja quebrado há muito tempo e não dê para consertar. Você o mantém ali por ser uma peça de mobília atraente e que embeleza a sua casa.

Contudo, se o abridor de latas quebrar, sem dúvida você se livrará dele imediatamente. Ele não tem nenhum valor estético e, como não funciona mais, tornou-se inútil, sem propósito. Perdeu seu valor funcional.

Apliquemos agora este critério a nós mesmos. 

Talvez existam algumas pessoas que sejam tão atraentes a ponto de ser consideradas ‘ornamentais’, mas a grande maioria de nós não pode realmente pensar em si mesmos como tendo um grande valor estético. Assim, isto nos deixa apenas com a alternativa da ‘funcionalidade’ como base para a  nossa avaliação. 

Então: “Qual é a nossa função?”, “Para quê finalidade servimos?”


O HEDONISMO

O modo de vida que determina o prazer como bem supremo ou finalidade e fundamento da vida chama-se “hedonismo”.  Enquanto um hedonista pode, ao menos temporariamente, gratificar seus desejos físicos, será que ele conseguirá encontrar um sentido que o mantenha contente por toda a vida? 

O que pode esse hedonista fazer quando a questão de encontrar um propósito na vida intrometer-se em sua consciência? Seu único recurso será tentar se esquivar desse pensamento, talvez entorpecendo sua mente com muitas modalidades de abuso para apagar o incômodo da insignificância.

Agora que já sabemos que o conforto e o prazer não são o sentido intrínseco da vida, como podemos então preenchê-la com um significado verdadeiro? 

Seria difícil para você responder: “Pelo quê vale a pena morrer?”. Pare um instante e veja se consegue encarar esta questão de frente e com toda a seriedade que ela requer. Assim que você tiver uma resposta para “pelo quê vale a pena morrer”, você saberá automaticamente “pelo quê vale a pena viver”. E eu aposto tudo como será uma meta ou objetivo de caráter espiritual, uma meta elevada, um propósito diferente de possuir coisas ou livrar-se de problemas e dores. 

Parabéns! Você chegou ao ponto. Agora já pode dar o seu primeiro passo para a verdadeira e ininterrupta felicidade!