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Profissão Atitude
Se não vai bem, pare a fim de não aumentar o prejuízo
Se não vai bem, pare a fim de não aumentar o prejuízo
ABRAHAM SHAPIRO para o Blog Profissão Atitude

Alguma vez você esteve no cinema e o filme era uma droga? Ficou até o fim? Um grande número de gente fica até acabar a sessão só para não perder o dinheiro da entrada.

Eu atendo uma empresa que manteve uma campanha publicitária por seis meses sendo que já no terceiro mês havia fracassado. Quando perguntei ao gestor de Marketing, ele respondeu que já tinham investido muito dinheiro e se interrompessem agora teria sido tudo em vão.

Estes dois casos ilustram com perfeição o famoso “viés do custo irrecuperável”. Essa tendência de comportamento consiste em manter algo que não atinge o objetivo ou que causa perdas só para que não se perca o investimento inicial.

A minha resposta àquele gerente de Marketing foi: “E daí? Não está dando resultado! Corte fora!”

Vou explicar.

Qualquer decisão é insegura.  Tudo o que planejamos ou imaginamos pode ou não dar certo. O “viés do custo irrecuperável” entra em cena quando esquecemos que,  diante do fracasso de um projeto existe sempre  a possibilidade de interrompê-lo e arcar com as consequências, mas reduzir a extensão do fracasso, a chateação pessoal, o dissabor etc. Não agimos assim porque o dinheiro investido torna-se uma justificativa para continuar.

O Concorde é um dos grandes exemplos de projeto estatal deficitário. Inglaterra e França eram parceiras nessa empreitada e, mesmo reconhecendo antecipadamente que a empresa do avião supersônico nunca seria lucrativa, os dois países continuaram a investir altas somas só para manter as aparências. Terrível.

Quer saber o que penso? Não se apegue ao que você já investiu. A única coisa que conta de verdade é o agora e sua estimativa do futuro.